Introdução - O impacto do reconhecimento do burnout como fenômeno ocupacional
Em janeiro de 2022, a síndrome de burnout foi oficialmente reconhecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como um fenômeno ocupacional. A inclusão do burnout na Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (CID) trouxe novas implicações para a gestão corporativa e para os colaboradores afetados por essa condição. Neste artigo, discutimos o que mudou com esse reconhecimento e como ele impacta as dinâmicas de trabalho, a saúde mental dos profissionais e as políticas de prevenção nas empresas.
O que é o burnout?
O burnout é um distúrbio psíquico causado por exaustão extrema devido a situações de estresse mal gerenciadas no ambiente de trabalho. Embora o termo tenha origem em inglês e signifique algo que parou de funcionar por exaustão, a síndrome afeta uma parcela significativa dos trabalhadores ao redor do mundo, sendo especialmente prevalente em profissões de alta demanda, como saúde e educação.
Em 2021, um estudo realizado pelo G1 revelou que 79% dos médicos, 64% dos técnicos de enfermagem e 74% dos enfermeiros apresentavam indícios favoráveis para a síndrome. Porém, o burnout não atinge apenas profissionais da saúde – é um problema global que afeta uma grande diversidade de trabalhadores, com o Brasil ocupando o 2º lugar no ranking de países com mais trabalhadores afetados pelo burnout.
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O que mudou com o reconhecimento do burnout como fenômeno ocupacional?
Com a classificação oficial do burnout pela OMS, os profissionais afetados por essa síndrome agora têm acesso a direitos trabalhistas importantes, como licença remunerada e a possibilidade de solicitar benefícios previdenciários em caso de afastamento prolongado. Se o afastamento ultrapassar 15 dias, o colaborador pode solicitar o benefício do INSS. Além disso, as empresas podem ser processadas se não implementarem políticas adequadas para o bem-estar dos colaboradores, podendo ser responsabilizadas por danos morais em casos de negligência.
Essas mudanças jurídicas são um marco importante na luta contra o burnout e reforçam a responsabilidade corporativa em relação à saúde mental no ambiente de trabalho.
Sintomas e características do burnout
Os principais sintomas do burnout incluem:
- Exaustão física e emocional
- Despersonalização, ou seja, a falta de identificação com o trabalho
- Diminuição da produtividade e comprometimento com as tarefas diárias
Além disso, outros sintomas comuns incluem:
- Dor de cabeça constante
- Mudanças no apetite e sono
- Dificuldades de concentração
- Sentimentos de fracasso e insegurança
- Alterações de humor, entre outros
Esses sintomas podem se manifestar de formas diferentes em cada pessoa, por isso é fundamental que um profissional de saúde qualificado faça o diagnóstico. Embora o burnout compartilhe alguns sintomas com a depressão, ele está estritamente relacionado ao estresse no ambiente de trabalho.
Como prevenir o burnout nas empresas?
Para prevenir o burnout nas empresas, é fundamental adotar uma cultura organizacional saudável que valorize o bem-estar do colaborador. Algumas ações importantes incluem:
- Promoção de ambientes de trabalho saudáveis, com foco na redução de estresse.
- Feedbacks contínuos para que os colaboradores se sintam valorizados e ouvidos.
- Distribuição equilibrada das tarefas, evitando sobrecarga de trabalho em apenas alguns colaboradores.
- Reconhecimento e valorização do esforço individual e coletivo.
- Implementação de programas de saúde mental para apoiar os colaboradores em situações difíceis.
Essas ações são fundamentais para reduzir o risco de burnout e aumentar a qualidade do ambiente de trabalho.
O papel da cultura organizacional na prevenção do burnout
A cultura organizacional de uma empresa é essencial para promover a saúde mental e o bem-estar de seus colaboradores. Quando uma cultura de inovação e bem-estar é implantada, ela cria um ambiente acolhedor e motivador, reduzindo o risco de exaustão mental. Empresas que promovem um ambiente saudável tendem a observar maiores níveis de motivação, produtividade e engajamento.
Uma cultura bem estruturada ajuda a tomada de decisões assertivas, melhora o relacionamento interpessoal e cria um ambiente favorável para que os colaboradores alcancem seu potencial máximo. Além disso, empresas com uma boa cultura organizacional têm menor taxa de rotatividade e se destacam na atração de talentos.
Como as empresas podem adotar estratégias para combater o burnout
Adotar políticas de gestão de estresse, oferecer suporte psicológico e flexibilidade no trabalho são ações fundamentais para mitigar o burnout. Além disso, garantir que os líderes empresariais estejam treinados para identificar sinais de exaustão nos colaboradores é essencial para prevenir essa condição.
Exemplos de empresas que combatem o burnout com sucesso
- Google: Famoso por sua cultura organizacional focada no bem-estar, o Google oferece programas de saúde mental, espaços para descanso e atividades que promovem a integração das equipes.
- Zappos: A empresa é conhecida por implementar estratégias de bem-estar, incluindo programas de suporte emocional e incentivos para um equilíbrio saudável entre vida pessoal e profissional.
Conclusão - O burnout e a importância da prevenção nas empresas
A síndrome de burnout é um fenômeno ocupacional crescente que exige a atenção das empresas em relação à saúde mental dos colaboradores. Implantar uma cultura organizacional saudável e promover ações preventivas são essenciais para diminuir os impactos do burnout e manter um ambiente de trabalho produtivo e sustentável. Adotar medidas de prevenção e apoio psicológico pode não apenas melhorar a qualidade de vida no trabalho, mas também aumentar a eficiência e motivar os colaboradores.
Perguntas Frequentes (FAQ)
1. O que é burnout?
Burnout é um distúrbio causado por exaustão extrema relacionada ao ambiente de trabalho, gerada por estresse mal gerido. Ele é caracterizado por fadiga mental, diminuição da produtividade e despersonalização.
2. Quais os principais sintomas do burnout?
Os sintomas incluem exaustão física e emocional, dificuldades para dormir, sentimentos de fracasso, alterações no apetite, problemas de concentração, e alterações de humor, entre outros.
3. Como as empresas podem prevenir o burnout?
Empresas podem prevenir o burnout promovendo uma cultura organizacional saudável, distribuindo tarefas de forma equilibrada, oferecendo feedbacks contínuos, e investindo em programas de saúde mental.
4. O burnout pode ser confundido com a depressão?
Embora compartilhem alguns sintomas, o burnout é diretamente ligado ao estresse no trabalho, enquanto a depressão tem um sentido mais amplo e pode ocorrer por diversas causas.
5. Quais os direitos dos colaboradores afetados pelo burnout?
Colaboradores diagnosticados com burnout têm direito a licença remunerada e, caso o afastamento ultrapasse 15 dias, podem solicitar o benefício da previdência do INSS.