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Você entra em mais uma reunião de status. A planilha travou. O cliente pediu urgência. A equipe está no limite. Seu dia começa e termina com fogo para apagar.
Você sabe que precisa pensar no futuro da empresa — mas ele está sempre ficando para amanhã.
E se eu te dissesse que isso não é falta de tempo, e sim de modelo mental de liderança?
A liderança ambidestra é uma das competências mais críticas do século XXI — e ao mesmo tempo uma das menos desenvolvidas nas organizações. Ela separa quem sobrevive de quem transforma. E a boa notícia, é que é possível aprender e desenvolver isso com prática, método e consciência.
Neste conteúdo, vamos mostrar como desenvolver essa habilidade estratégica com profundidade, exemplos práticos e provocação para você aplicar AGORA.
Liderança ambidestra é a capacidade de gerenciar o presente com uma mão e construir o futuro com a outra.
É um tipo de liderança que exige que o líder:
Ou seja, não é sobre escolher entre o presente e o futuro. É sobre ser competente nos dois.
Essa dualidade exige tensão criativa constante. E a maioria dos líderes escorregam para um dos lados:
👉 Ficam presos à operação — eficientes, mas estagnados.
👉 Ou sonham com o futuro, mas não conseguem tirar ideias do papel.
É preciso desenvolver uma "musculatura" de liderança que equilibra essas forças. E isso passa por 5 dimensões que exploramos a seguir.
A ambidestria começa com a autogestão. Antes de liderar os outros, o primeiro passo é ter consciência e domínio sobre si.
Se você não consegue sair do modo reativo, não consegue liderar inovação.
Exemplo: Satya Nadella liderou uma transformação cultural profunda na Microsoft começando pela própria mentalidade. Ele trocou a cultura do "know-it-all" pela do "learn-it-all". Seu foco em empatia e aprendizado contínuo virou um case de autoliderança transformadora.
📌Mudança pessoal → mudança cultural → Inovação.
📘 Leitura recomendada: Hit Refresh, de Satya Nadella — onde ele compartilha como liderou essa transformação cultural e pessoal.
Quantas horas da sua semana você reserva para refletir? Se você está sempre ocupado demais para pensar, talvez esteja ocupado com as coisas erradas.
💡 Dica: Crie "horários intocáveis" na agenda para pensar o futuro. Você pode chamar de tempo estratégico. Proteja como se fosse uma reunião com o CEO. Porque, no fundo, é.
Uma equipe ambidestra entrega hoje — e testa o amanhã. Mas isso só acontece se você criar um ambiente de segurança psicológica e autonomia de verdade. Não adianta querer inovar se a equipe ainda está travada na cultura do "manda que eu obedeço".
Exemplo: Reed Hastings (Netflix) eliminou políticas e controles excessivos e criou uma cultura de alta autonomia com altíssimo nível de responsabilidade e de inovação constante, permitindo que cada colaborador decida com base no que é melhor para o negócio. E como resultado, conquistou uma cultura de responsabilidade extrema e inovação constante. A liderança do time, nesse caso, é distribuída — todos são incentivados a pensar como donos.
🎧 Podcast: O episódio "Why culture matters" no podcast Masters of Scale traz ótimos insights de como liderar times inovadores.
Você está contratando solucionadores ou apenas executores? Ambidestria exige times que pensam, não apenas que fazem.
💡 Dica: Avalie se sua equipe entende o "porquê" das iniciativas estratégicas e se tem liberdade para propor soluções novas — ou apenas executa ordens.
Ter visão e equipe é ótimo. Mas se você não engajar os parceiros certos (pares, C-level, conselhos), a inovação morre no alinhamento. Liderar não é só olhar para dentro, é preciso negociar, engajar e influenciar pares, parceiros e outras áreas.
Exemplo: A Ginni Rometty (ex-CEO da IBM) foi pioneira na construção de alianças estratégicas com clientes, investidores e parceiros para reinventar a empresa com foco em inteligência artificial e cloud. Ela liderou stakeholders internos e externos para reposicionar a IBM.
Liderança ambidestra não é uma jornada solo. Ela exige diplomacia estratégica. Quem você precisa influenciar para conseguir avançar?
💡 Dica: Mapeie os stakeholders com poder de bloqueio ou apoio à inovação. Aproxime-se. Entenda suas dores. Mostre como seu projeto resolve problemas deles também.
Aqui entra o grande desafio: manter a casa funcionando enquanto o futuro é construído. Se você não consegue entregar o básico, não vai ter credibilidade para defender o novo. Mas o segredo aqui é não deixar o urgente consumir o importante.
Exemplo: Sheryl Sandberg, ex-COO do Facebook/Meta, foi a força motriz por trás da eficiência operacional da empresa, garantindo que a máquina funcionasse perfeitamente enquanto Mark Zuckerberg focava no metaverso e no futuro da realidade virtual. Sandberg estruturou o crescimento do Facebook com foco absoluto na execução, mas sem perder de vista os movimentos estratégicos de longo prazo — como as aquisições do Instagram e WhatsApp, que se mostrariam peças-chave para a construção do império digital que o Facebook se tornaria.
💡 Dica: Pergunte-se: o que da minha rotina de hoje poderia ser delegado, automatizado ou simplesmente eliminado para abrir espaço para o futuro?
Se você não sabe para onde está indo, qualquer caminho serve. Líderes ambidestros são obcecados por futuros possíveis e desejáveis e têm convicções estratégicas claras sobre o futuro.
Exemplo: O Elon Musk, apesar de polêmico, representa o arquétipo da liderança visionária. Ele constrói empresas com base em "convicções estratégicas": o futuro será elétrico, automatizado, multiplanetário. E mobiliza equipes inteiras em torno disso.
📘 Leitura recomendada:
Qual é a sua convicção estratégica? O que você sabe sobre o seu mercado que poucos perceberam?
💡 Dica: Faça o exercício dos 3 futuros:
E alinhe sua estratégia a isso.
Pegue 10 minutos e faça esse mini-diagnóstico:
Após o mini-diagnóstico, reflita:
Liderar o futuro começa com liderar melhor o agora. E você só vai conseguir isso quando parar de apagar incêndios e começar a projetar pontes.
CEO da Future Dojo e Sócio ACE Ventures
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